quarta-feira, 26 de agosto de 2009

DESAPAREÇA

Quiercles Santana

Quero que alguém que me escuta agora
Essa canção sombria, cheia de rancor
Feito maldição, praga, imprecação,
Dose de veneno lhe aumente a dor.

Feito um punhal que lhe desoriente
Que chore no escuro, e que ranja os dentes
Que perca a cabeça
Que sofra, que morra,
Feito cobra cega que no chão rasteja

Como bicho doido que corre terreno
Gritando ao vazio no frio sereno
Que murche e seque,
Que caia e cegue,
Que se desvaneça
Que, enfim, enlouqueça

Que desapareça feito vapor
Que me esqueça e que me deixe só
Que não sinta dó de mim e vá
E fuja e suma e seja feliz
São e salvo desse meu desdém
E dos punhais letais de minha maldição
Que no mundo inteiro não
Não desejo a mais... ninguém
amais... ninguém
amar... ninguém.

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