quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Meu velho Zambiola

Antes o grupo se chamava Cadê o Sanfoneiro?. O trabalho era basicamente tocar forró, côco, ciranda e arrasta-pé nas festas de junho. Não os forrós de agora, fique claro, mas os antigos, os perdidos nos sebos de feira, na discografia de gente como Jackson do Pandeiro, Trio Nordestino, João do Vale, Luiz Gonzaga e Vital Farias. Mas não tinha sanfona. Tinha rabeca, tinha viola, mas sanfona não tinha.
O forte do grupo era a percussão, era as cordas, era os arranjos.
O grupo, formado por gente que vinha dos mais diversos lugares (Carpina, Caruaru, São Lourenço, Pesqueira, Ouricuri, Vertentes), com os gostos musicais os mais variados, acabou virando um caldeirão de ritmos: blue, samba, flamenco, capoeira, tango: quase tudo. Aí vieram as composições próprias, as letras, as melodias, as imagens sonoras, inspiradas em Pound, Pessoa, Yeats e também no folhetim popular do nordeste, nos mestres cordelistas.
A mistura de tudo não com o intuito de parecer modernoso, mas sim de atingir algumas células internas da alma por meio da música, de ser original no sentido que a palavra tem de pleno, ou seja, de voltar às origens e não de parecer novo, acabou se revelando no nome que o grupo adotou de vez, o neologismo “Zambiola” (Zabumba+Viola), uma referência direta à percussão e às cordas, principais meios de expressão musical do grupo.
Tudo isso há 08 anos... como se tivesse sido desde ontem.